terça-feira, 24 de março de 2009

A IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA E NA SOCIEDADE EM QUE ESTA ATUA

REBECA SÓRIA DOS SANTOS
Orientador: Profº Francisco Samuel V. Boas

SUMÁRIO



1. APRESENTAÇÃO 3

2. TEMA/PROBLEMA 4

3. OBJETIVO 4
GERAL
ESPECÍFICOS

4. JUSTIFICATIVA 4

5. HIPÓTESE 5

6. METODOLOGIA 5

7. REFERENCIAL TEÓRICO 5

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8











1. APRESENTAÇÃO

"Participar da comunidade vai ser fundamental para as empresas que quiserem fazer a diferença daqui para a frente" (palavras de Dori Ives, Presidente da Business & Community Services).
A Responsabilidade Social vem ao longo do tempo firmando-se. Aqui se pretende mostrar a importância que a Responsabilidade Social tem tanto nas empresas que a executam quanto para a sociedade que recebe os benefícios.
A partir da década de 1990 começa a existir um interesse crescente do setor privado nas questões sociais: tem início a responsabilidade social. O conceito de responsabilidade social é recente no Brasil e as empresas que admitem suas responsabilidades sociais ainda são poucas. A responsabilidade social é importante porque a empresa gira em função da sociedade e do que a ela pertence, devendo em troca, no mínimo, prestar-lhe contas da eficiência com que usa esses recursos. O desempenho da empresa depende da utilização dos recursos naturais, renováveis ou não, que não pertencem à empresa, mas à sociedade. As empresas devem contribuir para o desenvolvimento da sociedade por meio de ações para suas principais carências em termos de serviços e infra-estrutura de caráter social.
A responsabilidade social interna focaliza o público-interno da empresa, seus empregados e seus dependentes. O seu objetivo é motivá-los para um ótimo desempenho, criar um ambiente agradável de trabalho e contribuir para o seu bem-estar. Com isso a empresa ganha a sua dedicação, empenho e lealdade. Os ganhos de produtividade são enormes. A responsabilidade social externa tem como foco a comunidade mais próxima da empresa ou o local onde ela está situada. Assim, quando uma empresa atua em ambas dimensões adquire o seu status de "empresa-cidadã".
A prática da Responsabilidade Social é muito ampla, vai desde a preservação do ambiente a projetos socioculturais, como educação, saúde, lazer. No Brasil, muitas empresas vêm desenvolvendo seu papel social, isso mostra que muitas empresas evoluíram e estão se conscientizando da sua responsabilidade em benefício a comunidade e seus funcionários.




2. TEMA/ PROBLEMA

"A Importância da Responsabilidade Social na Empresa e na Sociedade em que esta atua"
Quais as vantagens e/ou desvantagens da responsabilidade social?
A responsabilidade social ajuda no progresso da empresa e da sociedade?

3. OBJETIVOS

GERAL
Mostrar a importância da responsabilidade social para a empresa e a sociedade em que atua.

ESPECÍFICOS
- Conceituar responsabilidade social;
- Pesquisar as ações sociais praticadas por empresas;
- Analisar toda pesquisa feita e demonstrar o resultado da Responsabilidade Social.

4. justificativa

Nos últimos tempos tornou-se necessário, e até mesmo imprescindível que as empresas estejam contribuindo com o desenvolvimento social do local em que estão localizadas, o que é vantajoso tanto para a empresa como para a sociedade.
É importante para qualquer entidade não somente oferecer produtos e serviços de qualidade, mas também exercer sua cidadania (responsabilidade) social, propiciar melhores condições e mais qualidade de vida às pessoas menos favorecidas, oferecendo desenvolvimento, solidariedade e oportunidades que colaborem com o progresso do lugar em que atuam.

5. hipótese

A entidade que cumpre com sua responsabilidade social é bem vista pela sociedade e passa a ter uma parceria com a mesma.
A responsabilidade social é uma ajuda mútua, com o desenvolvimento da sociedade, essa mesma contribui com o desenvolvimento da empresa direta ou indiretamente.


6. metodologia

A realização deste projeto se dará através de Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa de Campo.
Para se conceituar Responsabilidade Social serão usadas várias obras de diversos autores, procurando assim um conceito amplo sobre o assunto. A pesquisa das ações sociais feitas pela empresa se desenvolverá através da observação, pesquisa de documentos da própria empresa, como também a pesquisa de campo com entrevistas com os responsáveis por essas ações na empresa, questionários com os funcionários e com uma parte da sociedade que desfruta desses benefícios. Com posse de todos esses instrumentos será feita uma análise para se demonstrar a importância da responsabilidade social na empresa e na sociedade.


7. referencial teórico

Nos dias atuais as empresas estão assumindo novos papéis na sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico, político e social do País, sua Responsabilidade Social, e além de ajudarem na melhoria da qualidade vida da sociedade também objetivam uma posição de liderança no mercado.
De início torna-se necessário destacar o conceito de responsabilidade. Conforme FERREIRA (1974, p.1050) Responsabilidade significa “qualidade de responsável; obrigação de responder pelos próprios atos ou pelos de outrem; capacidade de entendimento ético-jurídico e de adequada determinação volitiva, que se constitui pressuposto penal necessário de punibilidade”. Segundo BATISTA (2000, p.40), conceituar Responsabilidade Social de uma empresa, diante da escassez de pesquisas divulgadas, ainda é uma proposta muito complexa, e, citando Samuel Certo, define Responsabilidade Social como “o grau em que os administradores de uma organização realizam atividades que protejam e melhorem a sociedade além do exigido para atender aos interesses econômicos e técnicos da organização”.
MARIANO, (p. 76) prescreve que a responsabilidade Social de uma empresa “(...) representa, essencialmente, o compromisso da administração em estabelecer diretrizes, tomar decisões e seguir rumos de ação que são importantes em termos de valores e objetivos da sociedade(..)”.
SANTOS (1999,p. 76/77), citando Archie Carrol, conceitua Responsabilidade Social como “as expectativas econômicas, legais, éticas e sociais que a sociedade espera que as empresa atendam, num determinado período de tempo (...)”.
Essas necessidades são atendidas através do investimento em ações sociais, assim as empresas contribuem para elevar a qualidade de vida de segmentos da sociedade para os quais as ações do poder público não chegaram ou foram insuficientes, objetivando assim ocupar uma posição de liderança no mercado.
Para o INSTITUTO ETHOS (p.2)

o conceito de Responsabilidade Social é amplo, referindo-se à ética como princípio balizador das ações e das relações com todos os públicos com os quais a empresa interage(...). A questão da Responsabilidade Social vai, portanto, além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos.

As empresas através de suas atividades dão a sua principal contribuição à economia de uma país. Mas a sociedade os mostrou que somente isso não é o suficiente, é preciso também investimento nas questões sociais e ambientais, pois não se avança sem a preservação do meio ambiente e dignidade da população. Isso também se torna uma vantagem competitiva segundo SANTOS E SILVA (1999, p. 76/77) “(...) as empresas que possuem um comprometimento social têm uma vantagem estratégica em relação àquelas que não possuem tal imagem perante o público”. Sobre o mesmo assunto DE LUCA (1998), escreveu “(...) as empresas que tomaram a decisão de investir na melhoria contínua comunitária estão rapidamente descobrindo o sucesso do seu negócio.”
Portanto, hoje, para uma empresa ter uma boa imagem frente ao público deve atuar na dimensão econômica, social e ambiental.
Quando uma empresa deixa de cumprir sua obrigações sociais em relação a seus empregados, acionistas, consumidores, parceiros e comunidade, ela perde o seu capital de responsabilidade social. O primeiro indicador é a perda de credibilidade. Sua imagem é prejudicada e sua reputação, ameaçada. Se o problema é a responsabilidade social interna, os primeiros efeitos são a deteriorização do clima organizacional, a desmotivação generalizada, o surgimento de conflitos, ameaças de greve e paralisações, fuga de talentos, baixa produtividade e aumento de acidentes de trabalho, além de altos índices de faltas e atrasos. Quanto à responsabilidade externa, a principal área de problema, os efeitos são danosos: acusações de injustiça social, boicote de consumidor, perda de cliente, reclamações de fornecedores e revendedores, quedas de vendas, gastos extras com passivo ambiental, ações na justiça, risco de invasões e até mesmo risco de falência. Uma empresa insensível aos problemas sociais da comunidade perde o respeito de seus próprios empregados, parceiros, clientes e de todos os cidadãos daquela comunidade.
A responsabilidade social, assumida de forma consistente e inteligente pela empresa, pode contribuir de forma decisiva para a sustentabilidade e o desempenho empresarial. Podendo a cidadania empresarial ser usada como vantagem competitiva, os funcionários orgulham-se e sentem-se motivados em trabalhar nesta empresa, como resultado as vendas crescem e a imagem da empresa se fortalece, ganha respeito e confiabilidade e assegura a sua auto-preservação.
O exercício da cidadania empresarial assegura a qualquer empresa ganhos e benefícios diversos como: retorno da imagem, retorno sobre as vendas e de mercado, retorno para os acionistas, retorno publicitário, retorno tributário, retorno de produtividade, retorno social propriamente dito (desenvolvimento da comunidade).
Segundo o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF Brasil, Agop Kayayan, "a autopreservação empresarial das empresas privadas depende da consciência de sua responsabilidade na construção do país".

8. Evolução do Pensamento Contábil
A história da Contabilidade comprova que seu surgimento decorre de mais de 20.000 anos, antes mesmo do homem viver em comunidade, a necessidade de registro da riqueza individualizada já existia.
Para controlar seu patrimônio ele utilizava técnicas de pintura em cavernas, representações em formas de sulcos em ossos; posteriormente a escrituração em tábuas de argilas e, somente com os egípcios, por meio da descoberta do papiro, iniciou a utilizar o papel como um recurso de registro, de acumulação e de demonstração das variações da riqueza.
A história da Contabilidade acompanha a evolução da humanidade, procurando suprir suas necessidades em termos de controle e de gerenciamento da riqueza.
Na idade média, as entidades possuíam seus registros e informações secretas e protegiam-nas com sigilo absoluto em matéria de conhecimento sobre os fatos ocorridos com a riqueza e com o pessoal. Neste cenário, desenvolveu-se o conhecimento doutrinário da Contabilidade, com uma abordagem voltada para o controle e para a anulação das necessidades internas.
A contabilidade originou-se com base nos registros de fatos, por meio da utilização da conta, mas só se pr4eocupou em disciplinar o conhecimento, para poder saber de que matéria efetivamente ela tratava a partir do século XVI da era cristã. Explicar fenômenos, todavia, só iniciou no século XVII, com o advento de novas escolas e com início do desenvolvimento de estudos de caráter científico. Esse grande período da evolução da Contabilidade (18.000 a.C. até a primeira revolução industrial) tem como linhas mestras de identificação a ênfase no controle da riqueza individual e a concepção utilitária de caráter interno da Contabilidade.
Porém, foi deveras importante porque marcou o desenvolvimento de várias escolas e serviu de base para a construção do conhecimento científico da Contabilidade.
Como advento da primeira revolução industrial o enfoque contábil sofreu transformações.
A necessidade de calcular custos para a formação de estoques, a cobrança de tributos com base na produção, o crescimento das entidades, as novas formas de constituição social de entidades, entre outras modificações de época, forçaram avanços me termos de desenvolvimento de novas técnicas e metodologias contábeis.
As necessidades informativas e de controle incumbiram-se de mudar a visão estritamente interna e, então, o caráter econômico da empresa passou a predominar, especialmente a partir dos fins do século XIX. Foi uma fase de relevo do estudo do capital, como produtor do rédito (resultado) das filosofias e políticas sobre o mesmo.
A Contabilidade como instrumento de prestação de contas e base de geração de informações sobre resultados predominou. Tal enfoque deu origem ao que se denomina de Contabilidade Financeira. A Contabilidade voltada para fins de geração de demonstrações com enfoque passado, dirigidas, principalmente, para atender a legislações sucumbiu diante dos avanços ocorridos em meados do séculos XX, os governos ampliam suas participações m termos mercantilistas e de estrutura organizacional; a corrupção agiganta-se; as entidades procuram novos mercados e transformam-se em transnacionais; a globalização molda novos cenários de competição; os avanços dos meios de transporte propulsionam o desenvolvimento; o aumento das populações provoca transformações sociais; os meios da comunicação interligam pontos distantes; e a tecnologia da informação promove avanços em todos os segmentos.
Diante dessas evoluções, as entidades exigem e promovem novas visões no conhecimento contábil. A contabilidade passa a ser vista como um instrumento de apoio à gestão, voltada para solucionar problemas, antecipar situações, evidenciar cenários e explicar as mutações ocorridas com o patrimônio.
A abordagem contábil volta a ser interna, mas objetivando anular as necessidades de gerenciamento, gerando informações em tempo hábil para o processo de controle, planejamento e tomada de decisão.
A partir da década de 70, do século XX a ótica modifica-se mais uma vez. A disseminação da tecnologia da informação e a mudança cultural nas sociedades provocam reflexos nos sistemas de gestão das entidades.
O consumidor, na condição de cidadão, passa exigir transparência nos laços que unem a entidade e a sociedade.
As pressões sócias levam os empresários a discutirem formas de gestão participativa, e, também, os conceitos de responsabilidade social e ecológica.
As organizações desenvolvem formas de realinhar seus processos e, sobretudo, readequar a estrutura e o sistema de informações, para obter resultados dentro desse novo conceito de sociedade.
Os fenômenos do patrimônio, por meio da abordagem sistêmica, passam a interligar-se com os estudos das áreas sociais e humanas e até das relativas ao meio ambiente.
Essa modificação na cultura social, na forma de entender e perceber as necessidades de infomação, exigem mudanças doutrinárias.
A Contabilidade situa-se, portanto, em uma nova posição, deixando o campo restrito, até então delimitado para o seu objeto de estudo e transcendendo nas óticas de exames, interpretações e explicações.
“Uma nova corrente científica observa a vida da riqueza das empresas e das instituições sob uma ótica especial, holística e de grande Responsabilidade Social. Doutrina de origem brasileira, o neopatrimonialismo apresenta um conjunto de teorias competentes para promoverem o bem-estar material pela satisfação das necessidades humanas” (Sá, Antônio Lopes de. Prosperidade e o esforço científico do neopatrimonialismo contábil para uma nova sociedade. www.lopesdesa.com,2000,
Com a teoria geral da Contabilidade, baseada na doutrina neopatrimonialista, a aplicação do conhecimento contábil passa a produzir informações direcionadas à entidade, como tecnologia de apoio à gestão, e também gera subsídios para fortalecer o processo de transparência resultante dos conceitos de Responsabilidade Soial e ambiental- Contabilidade Sociogestorial.
ENFOQUE
Necessidades do Proprietário
Necessidades Governamentais
Necessidades das Entidades
Necessidade da Entidade e da Sociedade
PERÍODOS
Contabilidade como instrumento de controle
Contabilidade Financeira
Contabilidade Gerencial
Contabilidade Sóciogestorial
ABORDAGEM
Interna
Externa
Interna
Interna e Externa




9. A Contabilidade e o Social

Desde o início o homem sentiu a necessidade de se organizar socialmente, e com o passar do tempo foram criadas técnicas de controle que podiam evidenciar o aumento e redução das riquezas.
Diante disto, podemos dizer que a contabilidade existe desde o começo da humanidade, como afirma Consenza (2001,p.45) sua evolução “... foi contemporânea ao processo de socialização do homem, estando fortemente atrelada à manifestação das próprias necessidades humanas.”
A contabilidade como ciência social têm evoluído para adequação de todas as modificações que influenciam o mundo, tanto econômicas,quanto políticas e sociais.
Adaptado do trabalho de Cosenza (2001,p.53) quando aborda a evolução do pensamento contábil, no trabalho que descreve as perspectivas para a profissão do contador num mundo globalizado, estrutura-se um quadro demonstrativo das várias fases da contabilidade fazendo uma proposição do que deve está preparada para enfrentar relacionando-a com os valores dominantes de cada época e o que se propõe a atender.
Quadro 1.1
FASE
PERÍODO
VALORES DOMINANTES
O QUE PROCURA ATENDER
Contabilidade por empirismo
30.000 ªC. até 1202 d.C.
Intuição, bom senso e criatividade decorrente de dons inatos.
Responder ao conceito de propriedade.
Contabilidade por Processo
1202 – 1950
Busca desenfreada da melhoria dos métodos, técnicas e processos.
Responder as necessidades empresariais.
Contabilidade por Resultado
1951 – 1970
Busca de procedimentos voltados para a melhoria da forma de evidenciação dos fatos patrimoniais.
Responder à necessidade de informações úteis.
Contabilidade por Contingência
A partir de 1971
Satisfação das demandas presentes e futuras do empreendimento.
Responder às necessidades estratégicas.
Contabilidade e Responsabilidade Social
A partir da década de 90
Preservação ambiental, sustentabilidade dos recursos, democratização da qualidade de vida.
Responder aos anseios sociais de desenvolvimento local.

*Quadro adaptado de Cosenza


Diante do quadro exposto vemos a importância da contabilidade social, pois sendo um sistema de informação que é usado para evidenciar a situação financeira, patrimonial e econômica, fornece informações também sobre o social. Como diz Iudícibus e Marion (2002,p.53) a contabilidade tem o objetivo “... de fornecer informação de natureza econômica, financeira e subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto de contabilidade.” E Queiroz e Queiroz ( 2000, p.81) colocam que “sendo a contabilidade uma enorme fonte de registro, interpretação e informação de dados empresariais e governamentais, deve também passar a preocupar-se com o retorno a ser dirigido a todo a sociedade.”
Portanto a contabilidade social deve desenvolver mecanismos que possibilitem a identificação, mensuração e registro das ações relacionadas com a promoção do desenvolvimento sustentável para que sejam divulgadas e avaliadas, possibilitando assim que ações corretivas sejam implementadas no tempo hábil.




10. Balanço Social

Para a mensuração e registro dessas ações sociais temos o balanço social
Podemos conceituar o Balanço Patrimonial como um demonstrativo elaborado pelas organizações para informar aos seus gestores, colaboradores e a sociedade em geral sobre a aplicação de recursos canalizada para o âmbito social evidenciando a contribuição daquelas para a melhoria de vida da população .
Luca ( 1998,p.23) conceitua o Balanço Social como “.... um instrumento de medida que permite verificar a situação da empresa no campo social, registrar as realizações efetuadas neste campo e, principalmente, avaliar as relações ocorridas entre o resultado da empresa e a sociedade”.
Para a sociedade o Balanço Social é um demonstrativo que informa as ações das organizações que estão contribuindo para a melhoria da qualidade vida da população, evidenciando os impactos sociais e ambientais resultantes principalmente das atividades empresariais.
No que diz respeito à melhoria das condições de vida, Coelho, Dutra e Cardoso(2000, p.12) colocam que esta é realizada a partir de,
“....um conjunto de ações que transcende ao importante item de preservação ambiental e se expande para a melhoria das condições de trabalho, assistência médica e social, além de incentivo às atividades culturais, artísticas e esportivas, bem como à preservação, reforma e manutenção dos bens públicos e religiosos.”
Ainda não existe uma técnica e nem estrutura padrão para a elaboração do Balanço Social, no entanto existe uma proposição da Comissão de Valores Mobiliários que vem sendo utilizada por muitas empresas. Nela são evidenciados os valores do faturamento bruto, do lucro operacional, da folha de pagamento bruta e os indicadores laborais, sociais e do corpo de funcionários.
Por intermédio do balanço social a empresa divulga dados e informações relevantes para o correto julgamento da sua Responsabilidade Social, um aspecto que pode inibir as aplicações empresariais nas atividades de cidadania é a possível dúvida quanto a sua natureza de despesa ou investimento.
As empresas estão redefinindo sua responsabilidade social e necessitam demonstrar à sociedade o que, de fato, estão investindo. A aproximação entre empresas e comunidades reforça a necessidade de um Balanço Social como forma de evidenciar à sociedade o desempenho da política social existente na empresa.
Tinoco (apud Dolabella, 992), define Balanço Social como um instrumento de gestão e de informação que visa responder, de forma mais transparente possível, vale dizer, com evidenciação plena — full disclosure, informações econômicas, financeiras e sociais do desempenho das entidades, aos diferentes usuários da informação.
O Balanço Social estimula a valorização da cidadania, podendo funcionar como um instrumento de política econômica. Segundo Silva (1998), de modo facultativo, muitas empresas já estão divulgando em relatórios anuais, informações sobre o que estão fazendo em benefícios de seus funcionários e da sociedade. Carentes de um instrumento formalizado para divulgar informações dessa natureza no Brasil, algumas empresas têm feito o Balanço Social voluntariamente. Mas as informações não são uniformizadas e conforme Varela, Costa e Dolabella ( 999), entre outros fatores, essa falta de “padronização” tem trazido dificuldades para a elaboração do Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado por parte das empresas.
Segundo a Teoria do Empreendimento, proposta por Suoajen (apud Dolabella, 992), a empresa é uma instituição social cujas decisões afetam diferentes grupos, como acionistas, credores, consumidores, instituições governamentais e o público em geral. Portanto, estende a responsabilidade da empresa em evidenciar informações a outros grupos.
Dessa forma, os assuntos Balanço Social e Demonstração do Valor Adicionado são extremamente oportunos, inclusive, quando se lembra que um dos pré-requisitos para o exercício da cidadania é o direito à informação. Além de contribuir para uma sociedade melhor, a empresa ainda poderá utilizar-se desses investimentos em seu marketing, que, sendo efetuado com transparência e ética, pode ser um dos fatores a contribuir para se “destacar na prateleira”, tornando a empresa mais receptiva aos olhos da sociedade.

11. Cidadania Empresarial

Os investimentos na área social realizados pelas empresas é um fenômeno que vem a ser denominado “cidadania empresarial”.
Uma organização a partir de sua constituição legal adquire personalidade jurídica própria e, dessa forma para a usufruir direitos e a ter deveres a cumprir , como uma pessoa física, ela adquire cidadania empresarial.
Em países mais desenvolvidos, as idéias de cidadania empresarial existem há algumas décadas, não só por força da legislação ambiental, social e trabalhista mas também por exigência de organizações da sociedade civil e dos consumidores. No Brasil, diversas organizações empresariais foram criadas para liderar ações sociais e aglutinar empresas e empresários que comungam dos mesmos ideais e valores sociais, constituindo fóruns de discussão, entre essas organizações podemos citar o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (Ethos)- esse instituto defende a idéia de responsabilidade social nos negócios, tendo como foco de ação questões ligadas à própria atividade empresarial. Para essa entidade “a maior contribuição que as empresas podem dar ao país é colaborar efetivamente para a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável.”
A cidadania de manifesta de várias formas, com investimentos para diversas áreas, como educação, saúde, cultura, ecologia, etc e visam atender a várias demandas. Esse envolvimento com ações sociais tem como objetivo maior de contribuir para elevar a qualidade de vida das pessoas, fruto de uma consciência da Responsabilidade Social. Como exemplo podemos citar:
· C&A com relação à causa da educação infantil;
· O Boticário em ações de proteção ap meio ambiente;
· O Mc Donald’s, que, uma vez por ano, faz arrecadação de dinheiro destinado ao tratamento de crianças portadoras de câncer;
· A White Martins mantém convênio com entidades de apoio a deficientes mentais;
· A Procter&Gamble realizou operação limpeza do Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e fez a instalação de lixeiras-padrão;
· A Latasa troca um certo número de latas vazias por equipamentos sócias;
Além dessas, inúmeras outras poderiam ser citadas. Essas ações sociais é uma pequena parcela de contribuição social. O público reconhece e retribui esse esforço à medida que passa a ter preferência pode produtos de empresas que tenham algum engajamento social. Pesquisas mostram que as empresas que apóiam instituições beneficentes capturam 80% a mais de clientes do que as não-apoiadoras, em igualdade de qualidade e preço de produto, e 60% dos consumidores de dispõem a trocar de marca para outra um pouco inferior se a empresa apóia entidades beneficentes.
Assim sendo, a Contabilidade em suas funções pode contribuir para uma maior transparência dos investimentos empresariais nas ações sociais. As ações devem merecer atenção, pois são informações que interessam cada vez mais à sociedade. Segundo ALMEIDA (2000), pesquisa realizada pela Gazeta Mercantil mostrou que “o consumidor está levando em conta a atuação social das empresas na hora de escolher um produto, mas sente falta de mais informações sobre essa participação”. Assim, o balanço social se torna a demonstração contábil que melhor pode evidenciar os investimentos da empresa em ações sociais, ambientais e humanas. Dessa forma, o profissional da Contabilidade estará colaborando sobremaneira para uma maior transparência da participação empresarial nas causas sociais e do País e uma melhor reflexão sobre a atuação cidadã das empresas, e assim, contribuindo para o resgate da cidadania perdida.

12. Conclusão

As empresas que fazem opção por exercer sua Responsabilidade Social obtêm uma série de benefícios, agregando valor á sua imagem e colaborando para a consolidação de importantes valores humanos nas comunidades interna e externa. Nesse processo, onde a relevância social das funções do profissional da Contabilidade fica, cada vez mais, evidente e consolidada, é imperioso que este profissional-cidadão compreenda mais do que nunca o seu papel na proteção dos interesses da sociedade, que devem sempre prevalecer acima de quaisquer conveniências.
Através do exposto pode-se perceber que a responsabilidade Social vai além do que se imagina à primeira vista, foi-se o tempo em que as empresas poderiam visar, unicamente, à maximização de lucros. Hoje, o compromisso social de uma empresa é bem maior do que épocas passadas, isto se deve ao fato de que as empresas tornaram-se fundamentais para o desenvolvimento econômico e social de uma nação.







13. referências bibliográficas


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